Clube da luta é um filme que simplesmente não pode faltar na vida de um psicólogo, isso se da por tantas razões que nem sei por onde começar...
O filme se baseia na vida de Jack (Edward Norton), uma pessoa que é a personificação do mundo consumista moderno, workaholic e cheio de problemas. Jack começa a perceber-se cansado e mesmo assim impossibilitado de dormir, procura médicos pois teme que vá morrer de insônia. Ele segue uma rotina de trabalho muito regrada e tudo muda quando em uma de suas viagens a trabalho ele "conhece" Tyler Durden (Brad Pitt) que se apresenta como um fabricante de sabonetes, dono de um conhecimento "diversificado" e muito interessante. Tyler é, por sua vez, a personificação da rebeldia, um tanto "largado" com uma pitada de anarquismo.
O filme é extremamente interessante e é aquele tipo de filme que você somente compreenderá no final, isso por que Jack sofre de Esquizofrenia, uma doença que torna difícil a distinção entre o real e o imaginário, então na realidade Tyler é um fruto de sua imaginação. Mas muito mais que isso, Tyler é aquilo que Jack precisava e gostaria de ser, eles fundam o Clube da luta num bar, as regras se limitavam a restringir que as pessoas soubessem sobre o clube e esse tinha somente a função de libertar homens através de brigas, lutas até que um desistisse ou ambos se cansassem, somente por diversão. Isso tudo termina na criação de um exército, numa especie de filosofia, quase religião, com muitos fiéis.
Pode parecer um tanto exagerado o pensamento de uma realidade alterada, quando tomamos conta, junto com Jack, de que Tyler não existia, ficamos pelo menos algum tempo parados... pensando sobre todo o filme e um dos primeiros pensamentos possíveis é o de exagero: "Como tudo isso aconteceu, sendo ele uma pessoa só...". Porém após reflexão conseguimos entender ou administrar o fato de que pior prisão do mundo é aquela que nós mesmos criamos. Você nunca teve alguém que admirou, que fantasiou estar em seu lugar, que desejou ser...
Por isso existem tantos estudos sobre o que é a realidade, pode ser que eu esteja muito além de uma reflexão, mas sempre questiono se na verdade a psicologia não fora criada simplesmente para definir o que é real e o que não é. Sem uma massa "normal", agindo da mesma maneira como você age, como você sabe o que é normal, ou o que é ser normal...? Como saberíamos que tudo que é vivido é verdade?
Que nossa realidade existe?
Só tenho duas perguntas depois desse filme...
O quanto você se conhece?
Como você garante que não existe tem um Tyler ao seu lado?
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