quarta-feira, 30 de maio de 2012

Raízes que causam o mal do século XXI


É uma audácia, para dizer no mínimo, que eu me proponha a meramente discutir sobre raízes de problemas ou infortúnios de todo um século, no entanto creio que vale muito a pena pois proponho não uma saída, ou uma resposta, mas um apontamento esperando gerar quaisquer tipos de reflexão.
É muito conhecido o conceito  do equilíbrio na vida, interno e externo em relação ao homem, no entanto num mundo frenético, capitalista e regrado é muito difícil manter-se longe do primeiro mal, que é a ansiedade.
A ansiedade é a “pré” ocupação(a palavra já diz tudo) com algo que nem aconteceu. Esse é um mal terrível e seu maleficio maior vem do fato das pessoas subestimarem ele, ninguém vê ansiedade como algo realmente ruim, as pessoas até definem-se como ansiosas, apresentam-se como tal:

_ “Nossa eu estou aguardando pacientemente a muito tempo aquele ultimo episódio...”
_”Meu Deus!! Nem me fala, preciso ver aquilo agora, você lembra daquela ultima cena... O que vai acontecer agora!!! Será que eu encontro online?! Não vai dar pra esperar...!!!”
_ “Calma, já já chega o dia, é gostoso esperar e criar uma expectativa a respeito...”
_ “Não! Você esta maluco, queria ver tudo de uma vez só, acho que vou assistindo todos os episódios novamente, assim me acalmo até semana que vem!”
_ “...”
_ “hahaha, desculpa sou meio ansiosa!”
*Baseado em fatos reais.

É então um grande problema pois cria problemas... Uma vez ansioso você não consegue focar em quase nada, não pensa direito, vive um momento que não chegou e sofre por antecedência. Quem já não sofreu por um bronca que sabia que iria tomar? Ou por qualquer coisa que você considere ruim, mas que não  havia ocorrido ainda!
O segundo mal eu demorei para conseguir destacar como problema, mas muito recentemente tenho conversado e visto que em meu meio social acontece muito, procurei outros meios, até internet e encontrei-o em todos os cantos, o rancor.
O rancor, assim como a ansiedade é de grande maneira subestimado, pois as pessoas o condenam, mas ainda assim não se contem em relação a expressa-lo ou senti-lo. O rancor nada mais é do que uma raiva ou um ódio de algo ou alguém que não nos levará a nada...
Vejo pessoas falando que matariam umas as outras se pudessem, e sei que obviamente ninguém vai matar ninguém pois isso não é algo que uma pessoa sã faria e ninguém que anda comigo é psicopata, que eu saiba. No entanto são pensamentos e ideias pejorativos que somente “pesam” na pessoa.
Ao guardar quaisquer sentimentos ruins em relação a alguém(geralmente é alguém) por mais que as pessoas não conheçam a situação ou a pessoa, tomam suas conclusões e admitem essa sensação ruim, nada de bom pode surgir disso, você mais uma vez perde seu foco, perde sua concentração e começa a tramar planos de vingança, totalmente sem sentido, a sofrer com uma espécie de ansiedade e a entristecer-se quando a pessoa(alvo) fica feliz, os níveis de absurdo elevam-se conforme o tempo passa. Tudo o que pode surgir disso são, surtos psicóticos e eventualmente uma possível depressão.
Mais uma vez serei ousado, gostaria de pedir, de verdade, policie-se, da próxima vez que ficar chateado(a), com alguém, fique, mas momentaneamente, procure concentrar-se em outras coisas eventualmente, pois como eu disse, absolutamente nada de produtivo provém de um sentimento tão ruim.
Agora sim! O mal do século XXI, isso nem fui eu quem primeiro pensou, já existem pesquisas com números sólidos que mostram como esse mal tem afetado a nova era.
Mas minha intenção aqui é comentar sobre as possíveis causas dessa depressão, por que mais e mais pessoas sofrem desse mal que é interno, o que tem provocado essa “onda” de casos depressivos?
Vivemos na era da informação rápida, no entanto as pessoas estão cada vez mais distantes, separadas por aquilo que deveria uni-las, a comunicação! Via internet, principalmente, tem se tornado algo cada vez mais impessoal, conversamos muito com alguém através do facebook ou msn, mas ao vivo, ficamos sem assunto!
Li em uma revista que a única causa de gostarmos tanto de redes sociais é que elas realmente são nossas vidas, mas editadas. Exatamente, uma vida sua, com você, porém editada, somente fotos boas, momentos bons e assuntos interessantes...
A depressão pode e provem de inúmeros motivos ou razões, os quais não tenho capacidade de colocar um por um aqui, mas posso afirmar que a manutenção interna, através de terapia, auto conhecimento e assim dominância em relação a suas próprias emoções podem ajudar a prevenir(todos entendem que estar deprimido e ser depressivo são duas coisas completamente diferentes), senão erradicar as depressões mais simples(lembrando que existem depressões que provém da genética e devem ser tratadas com a ajuda de um Psiquiatra, através de fármacos), no entanto, mais uma vez se policiar em relação aos seus próprios sentimentos, atitudes e pensamentos diários, principalmente visando o equilíbrio em tudo, além das "raízes" do problema, pode ajudar muito a amenizar a possibilidade de algo tão ruim como uma depressão atingi-lo.

 

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Relação entre os textos, "eu sei, mas não devia" e "Ouro de tolo"

Raul Seixas conta em seu texto ou musica, o quanto é descontente com sua vida, possuindo coisas que a sociedade impõe como "suficientes" a felicidade ou até como "conquistas na vida". Então ele nega varias dessas coisas que supostamente representariam o sucesso. E em âncora ao texto de Marina Colasanti, dando ênfase a maneira como somos indiscriminadamente condicionados a conquistar metas, que não são nossas, não importando "o preço".
O conceito que pude captar foi o de como somos facilmente influenciados, se não, manipulados por uma ideia imposta de felicidade, buscando e batalhando cegamente por nosso "ouro de tolo", sabendo do que abrimos mão... mas não deveríamos.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Eu sei, mas não devia


Eu sei, mas não devia
Marina Colasanti

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.




Minha intenção foi só de repassar esse texto que com certeza nos faz pensar, pelo menos me leva a reflexão sempre que o releio.

"Ouro de tolo" Raul Seixas

Raul sem duvidas é um dos maiores músicos que já existiram no Brasil, mesmo quem não gosta tem que respeitar seu impacto na musica Brasileira, inclusive, eu não escuto tão assiduamente Raul, mas conheço varias de suas musicas, principalmente através de professores, antes do ensino médio e agora da faculdade e isso não é atoa, suas letras eram polemicas e abundavam metáforas muito bem construídas, que definiam suas criticas sociais, enfim, tudo o que eu colocasse aqui seria insuficiente pra tornar claro a amplitude desse grande compositor e musico, só pretendo expor minha própria analise e propor uma reflexão em relação a uma musica especificamente, "Ouro de tolo". Espero que gostem.

Segue o link do seu vídeo no Youtube:  http://www.youtube.com/watch?v=cn0S56WPkjQ

O autor fala sobre um assunto muito delicado ao ser humano, sua limitação. Delicado pois durante toda a história o homem criou artifícios ou embasamento cultural para tentar dar um "sentido a vida", através da religião ou de um conceito de que não morremos, mas somos recompensados com o paraíso, por exemplo.
Comenta alguns "clichês" sociais como o fato da sociedade definir o conceito de felicidade por, crescer, estudar, casar, trabalhar, procriar etc. Ou seja, ser feliz é algo muito subjetivo, porém essa subjetividade esta cada vez mais difícil numa sociedade onde as pessoas estão cada vez mais condicionadas pelo capitalismo, ou a religião ou qualquer influência exterior, as pessoas procuram "perfis" pra definirem a si mesmas, buscam serem condicionadas.
Na minha opinião então o autor defende essa "personalidade" de cada um em definir "o que é a felicidade" e principalmente como posso aproveita-la.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Analise do texto: Milho de pipoca


"Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho para sempre." 

Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo.
Quem não passa pelo fogo, fica do mesmo jeito a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosa. Só que elas não percebem e acham que seu jeito de ser é o melhor jeito de ser.
Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos: a dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, o pai, a mãe, perder o emprego ou ficar pobre. Pode ser fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão ou sofrimento, cujas causas ignoramos. Há sempre o recurso do remédio: apagar o fogo! Sem fogo o sofrimento diminui. Com isso, a possibilidade da grande transformação também.
Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro cada vez mais  quente, pensa que sua hora chegou: vai morrer. Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar um destino diferente para si. Não pode imaginar a transformação que esta sendo preparada para ela. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem  aviso prévio, pelo poder do fogo a grande transformação acontece: BUM! E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente, algo que ela mesma nunca havia sonhado.
Bom, mas ainda temos o piruá, que é o milho de pipoca que se recusa a estourar. São como aquelas  pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. A presunção e o medo são a dura casca do milho que não estoura. No  entanto, o destino delas é triste, já que ficarão duras, a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca, macia e nutritiva. Não vão dar alegria para ninguém.
Extraído do livro "O amor que acende a lua", de Rubem Alves.

Analise: A metáfora é muito bem aplicada pois o homem tende a ser acomodado, rotineiro, até que algo o modifique, o fogo ou a dor, externa ou interna faz com que a pessoa cresça, se desenvolva e apesar de algumas resistirem a mudança, nós nunca realmente sabemos nossa real capacidade até que sejamos levados ao nosso próprio limite.

Daniel N. Cartagena

terça-feira, 1 de maio de 2012

Discussão sobre "O estrangeiro" - Albert Camus


O protagonista nos causa revolta, revolta que pode ser definida em uma só palavra, indiferença, uma vez que este aparentemente não demonstra suas emoções para os outros ou até mesmo para com a vida, analisa tudo, pensa tudo e observa tudo metodicamente, assim, na minha opinião é “levado” ao longo de sua história por outros personagens que “montam” sua vida por ele, consegue um melhor amigo, uma namorada...
 O que mais intriga é sua própria noção de mundo, quero dizer, aparentemente ele tem seu próprio mundo, vive nele, onde esta quase sempre estático, não busca nada, não pretende atingir nada, mas ao mesmo tempo tem noção de tudo ao seu redor, apenas escolhe não ouvir quando lhe chateia algo ou simples e totalmente ignorar algumas coisas.
Logicamente este protagonista é extremamente mal compreendido e apesar de em seu pequeno circulo de amizades tudo “fluir” quase automaticamente, um evento o leva a ser condenado a morte. Aqui sua indiferença leva todos a acreditarem que ele é algum psicopata, frio, calculista e este é incapaz de defender-se pois simplesmente acha que não é necessário, ou algumas vezes casos que para ele eram normais, como não chorar na morte de sua mãe, aos olhos da sociedade eram nada menos que terríveis. Fora julgado então por não corresponder a varias expectativas “emocionais” diante de algumas situações, como quando cita que atira num homem com uma breve pausa, esta pausa que foi interpretada como um ato criminoso e doentio, era nada mais do que uma pausa para ele olhar para o sol que atrapalhava sua visão, ou escutar o silêncio que morria após seu primeiro tiro na praia deserta.
Ao fim seu maior e único conflito pessoal é com um padre que conversa com ele logo antes de ser morto, conversam sobre varias coisas e entre elas ele demonstra sua falta de fé, o que obviamente para o padre é um problema tremendo, porém o que mais espanta o padre é esta indiferença, essa escolha de não se exaltar, não temer a morte iminente.
A minha conclusão então é que o estrangeiro, ou o estranho(titulo original), fala sobre o próprio protagonista em sua vida, vivendo mas não vivendo-a, somente passando indiferente a tudo o que lhe acontecia sem reagir minimamente a maioria das situações a ponto de não ligar, de maneira geral, em perder sua própria vida.
Afim de entender o por que deste livro pesquisei brevemente sobre Albert Camus e encontrei uma indução feita pelo mesmo que conseguiu me satisfazer quanto ao por quê do protagonista: “Como temos consciência, sentimos que a vida tem sentido. Mas sabemos que o universo como um todo não tem sentido. Nossa vida é uma contradição. Para viver bem, precisamos superar essa contradição. Podemos fazer isso aceitando a falta de sentido na existência. A vida será mais bem vivida se não tiver sentido.”

O livro da Filosofia

Assim que me apresentaram este livro meu primeiro e honesto pensamento foi: "por que não tinha isso em mãos quando precisava para trabalhos de filosofia...".
Não meramente por ser um livro que aborda o tema filosofia, mas ele contempla toda a filosofia! Você pode questionar: "é possível descrever toda a filosofia até em hoje em um só livro?".
Eu respondo que não porém, se tal tarefa pudesse ser realizada eu diria que este exemplar chega mais próximo ao sucesso, simplesmente e diria, obviamente que ele não aborda literalmente toda a filosofia, mas serve como um guia de estudo, uma espécie de catálogo dos filósofos.
O livro em si é sensacional, por ser simplesmente um apanhado de tudo aquilo que foi fundamental e constituiu a história até a filosofia moderna, desde teorias até os filósofos em si(que na época englobava inúmeros estudiosos, matemáticos, religiosos etc), aqui faço uma pausa pois eu diria que as pessoas que acham que ao ler o livro conhecerão a filosofia, estão erradas... Se trata de um guia, nada mais do que isso! Se você pensa que ao ler se tornará um filósofo, esta em maus lençóis! rsrs
Brincadeiras de lado, eu recomendo muito o livro, diria(como me contou uma amiga) que deveríamos mante-lo na cabeceira e todo dia ler uma teoria, ou conhecer um filósofo, mantendo um caderno para tomar nossas próprias anotações uma vez que o livro consegue ser esclarecedor e sucinto, assim como bem estruturado e complexo, aqui a complexidade é e sempre será resultado de suas próprias analises, lembrando ainda que para filosofia não interessam respostas, mas sim as perguntas.